UNA HISTORIA NATURAL DE LAS RUINAS

[VERSÃO EM PORTUGUÊS ABAIXO]

Por Catalina Lozano | Curadora

Uma História Natural das Ruínas [Una historia natural de las ruinas] es una exposición colectiva que explora diferentes formas de resistencia a los modos en que el imaginario colonial moderno hegemónico ha capturado nuestra imaginación. Basada en diversas prácticas artísticas, esta exposición busca ofrecer oportunidades para pensar sobre una cura, en lo que la autora Anna Tsing llama “supervivencia precaria”. La muestra también intenta abordar las implicaciones de la representación fuera del lenguaje, con el fin de explorar otras tecnologías y formas de inteligencia distintas de las humanas.

En el centro de la exposición se encuentra una crítica a la división moderna entre naturaleza y cultura y sus implicaciones ontológicas. Por medio de una serie de procesos históricos, algunos humanos se separaron de la naturaleza y, por lo tanto, la fabricaron como categoría. Los regímenes coloniales propagan esta noción a través de la educación y la explotación, normalizando la naturaleza como un «recurso» disponible para los humanos. Es en gran parte a través del conocimiento y las prácticas ecológicas de los pueblos indígenas que estas categorías coloniales funcionales pueden ser desafiadas de manera productiva.

Una Historia Natural de las Ruinas propone pensar en la representación de la “naturaleza”, al mismo tiempo que cuestiona la naturaleza de la representación. Donna Haraway oportunamente se dispuso a responder “qué se considera naturaleza, para quién y cuándo, y cuánto cuesta producir naturaleza en un determinado momento de la historia para un determinado grupo de personas”. Por lo tanto, identifica los procesos históricos y las operaciones semióticas necesarias no solo para normalizar la naturaleza como una categoría colonial, imperial, sino también para producir y reproducir la narrativa del “hombre universal” (1) como dominante.

La transformación de los museos de «historia natural» en museos de «ciencias naturales» parece sugerir un cambio retórico de la «historia» como ejercicio narrativo a la «ciencia» como una observación desinteresada y objetiva que logra la separación total de los sujetos (humanos) de los objetos (no humanos, distintos de los humanos, pero también personas humanas sometidas a investigación científica). En el proceso, la historia se neutraliza políticamente.

Al extender las definiciones dominantes de tecnología para incluir algunas que no son inherentes a la noción occidental de progreso, el arte puede abrir un mundo de multiplicidades donde la realidad creada por la colonización finalmente se revela como una construcción brutal, pero efectiva en la consolidación de una imagen desafortunada de progreso. De esta manera, las ruinas producidas en el presente pueden ser parcialmente consideradas como la proyección de un inconsciente modernista.

Los artistas incluidos en la exposición se enfrentan a la brutalidad de las categorías y prácticas binarias modernas, a fin de mostrar -cada uno a su manera- cómo se entrelazan las cosas y, en palabras de max wíllà morais, “bailar con la violencia del mundo”.

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1. Donna Haraway, “The National Geographic” on Primates (Paper Tiger TV, 1987). Disponible en https://vimeo.com/123872208

UMA HISTÓRIA NATURAL DAS RUÍNAS

Catalina Lozano

Uma História Natural das Ruínas é uma exposição coletiva que explora diferentes formas de resistência aos modos como o imaginário colonial moderno hegemônico tem capturado nossa imaginação. Com base em diversas práticas artísticas, esta exposição busca oferecer oportunidades para pensar sobre a cura no que a autora Anna Tsing chama de “sobrevivência precária”. A mostra também tenta abordar as implicações da representação fora da linguagem, a fim de explorar outras tecnologias e formas de inteligência que não as humanas.

No centro da exposição está uma crítica à divisão moderna entre natureza e cultura e suas implicações ontológicas. Por meio de uma série de processos históricos, alguns humanos se separaram da natureza e, portanto, a fabricaram como uma categoria. Os regimes coloniais propagam essa noção por meio da educação e da exploração, normalizando a natureza como um “recurso” à disposição dos humanos. É em grande parte por meio do conhecimento e das práticas ecológicas dos povos indígenas que essas categorias coloniais em funcionamento podem ser produtivamente desafiadas.

Uma História Natural das Ruínas se propõe a pensar sobre a representação da “natureza”, ao mesmo tempo em questiona a natureza da representação. Donna Haraway oportunamente se dispôs a responder “o que é tido como natureza, para quem e quando, e quanto custa produzir a natureza em um determinado momento da história para um determinado grupo de pessoas”. Ela, portanto, identifica os processos históricos e as operações semióticas necessárias para, não apenas normalizar a natureza como uma categoria colonial, imperial, mas também para produzir e reproduzir a narrativa do “homem universal” (1) como dominante.

A transformação de museus de “história natural” em museus de “ciências naturais” parece sugerir uma mudança retórica de “história” como um exercício narrativo para “ciência” como observação desinteressada e objetiva que alcança a separação total de sujeitos (humanos) de objetos (não-humano, outro-que-humano, mas também pessoas humanas submetidas à pesquisa científica). Nesse processo, a história é neutralizada politicamente. Ao alargar definições dominantes de tecnologia para incluir algumas que não são inerentes à noção ocidental de progresso, a arte pode abrir um mundo de multiplicidades onde a realidade criada pela colonização é finalmente revelada como uma construção brutal, mas eficaz na consolidação de uma imagem malfadada de progresso. Desse modo, as ruínas produzidas no presente podem ser parcialmente consideradas como a projeção de um inconsciente modernista.

Artistas incluídos na exposição enfrentam a brutalidade das categorias e práticas binárias modernas, a fim de mostrar cada um à sua maneira como as coisas se entrelaçam e, nas palavras de max wíllà morais, “dançar com a violência do mundo”.

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1. Donna Haraway, “The National Geographic” on Primates (Paper Tiger TV, 1987). Disponível em https://vimeo.com/123872208

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UNA HISTORIA NATURAL DE LAS RUINAS

Denilson Baniwa (Brasil), Louidgi Beltrame (Francia), David Bestué (España), Minia Biabiany (Guadalupe), Paloma Bosquê (Brasil), Elvira Espejo Ayca (Ayllu Qaqachaca), Sheroanawe Hakihiiwe (Sheroana, Alto Orinoco, Venezuela), Isuma (Nanavut), Cristiano Lenhardt (Brasil), Candice Lin (Estados Unidos), Lina Mazenett y David Quiroga (Colombia), max wíllà morais (Brasil), Daniel Steegmann Mangrané (Brasil / España), Janaina Wagner (Brasil)

Curaduría: Catalina Lozano

Pivô, Edificio Copan, loja 54 – Avenida Ipiranga, 200, São Paulo, Brasil