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Antonio Dias:tazibao y Otras Obras

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[TEXTO CURATORIAL EM PORTUGUÊS, ABAIXO]

Nara Roesler, en São Paulo, presenta Tazibao y otras obras, una muestra individual de Antonio Dias (1944-2018) que, aunque prevista en la programación de la galería para este año, se volvió, desgraciadamente, un homenaje al artista fallecido el pasado 1° de agosto. La muestra, con curaduría de Paulo Sergio Duarte, es una síntesis de la producción de Dias que parte con las obras Black Mirror (1968) y Arid (1969) y culmina con trabajos del 2013, incluyendo siete películas en Super 8 realizadas entre 1971 y 1974.

Entre las obras reunidas, se presenta de manera inédita en Brasil Ta Tze Bao, de 1972, que remite a los carteles murales manuscritos –con enormes caracteres chinos- usados como forma de protesta en China, especialmente a principios del siglo XX, y que en 1966 comenzaron a aparecer como expresión de la disidencia de extrema izquierda dentro del Partido Comunista chino en la lucha contra los «revisionistas», aquellos que se apartaban del pensamiento del camarada Mao. Fue el comienzo de la llamada Revolución Cultural.

En la mejor tradición pop, Dias se apropia de las primeras páginas de dos periódicos, The New York Times y Corriere della Sera, de noviembre de 1972 –el año del Watergate-, y las baña en pintura roja. A continuación, mapea las columnas de la noticia objetivo, Watergate, y replica sus formas de manera precisa en tela recortada, empapada en pintura roja, y las cuelga debajo de las respectivas primeras páginas de ambos periódicos.

Según Paulo Sergio Duarte, lo inteligente de esta acción radica en que “esos recortes muestran toda el área de ‘descubrimiento del encubrimiento’. “Este balance entre las áreas rojas superiores y los pequeños recortes inferiores no es gratuito, sino que tiene muy clara la relación política entre la importancia de una noticia y la portada de un periódico. Eso, en la época de las redes sociales, parece muy viejo, pero aún no lo es; cada día estamos marcados por nuestros Tazibao electrónicos que nos imprimen con sus urgencias. El Tazibao de Antonio Dias, en papel, es actualísimo”.

En la selección de obras para esta exposición, han quedado por fuera –explica el curador- trabajos de 1964 a 1967, ya que fueron exhibidos recientemente en el SESC Pinheiros de São Paulo en la exposición Entre construção e apropriação – Antonio Dias, Geraldo de Barros e Rubens Gerchman nos anos 60 [Entre construcción y apropiación – Antonio Dias, Geraldo de Barros y Rubens Gerchman en los años 60], curada por João Bandeira.

Antonio Dias trabajó en distintos medios desde la década de 1960, produciendo obras conceptuales a través de las cuales critica la opresión política, la sociedad brasileña y el mercado del arte. Intencionalmente imposible de categorizar de manera precisa, su obra tiene influencias de variados movimientos artísticos, como el Pop Art y el Minimalismo. Dias ganó reconocimiento en la década de 1960 con sus exuberantes dibujos y ensamblajes llenos de una crítica irónicamente juguetona a las estructuras sociales brasileñas y la dictadura militar que recientemente se había impuesto. En 1966, estando Brasil dominado por el autoritarismo, Dias se mudó a Milán, donde pasó la siguiente década creando un cuerpo de trabajo basado en el rigor formal y cargado de reflexiones abiertas sobre el sexo, el yo, el arte y la política, temas que siempre impulsaron su desafiante trabajo.

 


N.d.E: El curador y crítico Paulo Sergio Duarte utiliza Tazibao como la transcripción normalizada y actualizada para la lengua inglesa.

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TAZIBAO E OUTRAS OBRAS

Paulo Sergio Duarte

Toda grande obra de arte se apresenta como um problema, não como uma solução. A obra de Antonio Dias não foge à regra, temos que enfrentá-la. Antes de tudo como conhecimento, aquele que não é religioso, nem científico, mas conhecimento artístico. E é disso que se foge hoje, com frequência, na arte contemporânea. O artista, ao contrário, o enfrenta, se confronta com ele e nos apresenta diante dos olhos, sem nenhuma condescendência.

Essa exposição, que se abre em agosto de 2018, na Galeria Nara Roesler de São Paulo, apresenta um pequeno resumo da obra de Antonio Dias desde 1968 até obras recentes. Estão ausentes as obras contundentes de 1964 a 1967, que abriram a carreira do artista, que puderam ser vistas na recente exposição Entre construção e apropriação – Antonio Dias, Geraldo de Barros e Rubens Gerchman nos anos 60, com curadoria de João Bandeira, no SESC Pinheiros, em São Paulo.

Aqui, agora, toda a potência poética e os desdobramentos desse trabalho podem ser observados de Black Mirror, 1968 e Arid, 1969, até obras de 2013. É um conjunto que, apesar de resumido, mostra as transformações da investigação de Dias, tendo como centro de gravidade a pintura, mas, deve-se lembrar que essa experiência se dilata por diversos campos, esculturas, objetos, instalações, vídeos (filmes), videoinstalações, até um disco LP: Record: The Space Between, 1972. Essa dispersão não prejudica o pensamento porque há, em cada momento, uma formidável unidade do método. Trata-se de um artista reflexivo, aquele que pensa muito antes de fazer, não sai atirando para todo lado para ver o que vai dar certo. Aqui observamos uma manifestação radical sobre o objeto de arte em Black Mirror e, simultaneamente, uma das pioneiras experiências no campo da interação entre pintura e linguagem na arte conceitual, em Arid. Não cabe aqui, nesse texto, ficar me estendendo sobre a obra de um artista sobre o qual escrevo desde 1973.

É importante destacar a presença de uma obra inédita no Brasil, Ta Tze Bao, 1972 [1]. O Ta Tze Bao apresentado, em 1978, no Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba, em 1978, é uma versão interessante, mas seca, objeto de uma publicação da universidade, bem diferente dessa agora, plasticamente muito mais rica e generosa e, não menos radical.

Em Tazibao, o artista mais uma vez enfrenta o problema entre arte e política de modo inteligente e privilegiado para quem for capaz de fruí-lo. Trata-se, como sempre na sua obra, de uma fruição com reflexão. É preciso pensar no que se está vendo – é a contrapartida do público ao esforço do artista. Tazibao foram jornais murais chineses surgidos nas paredes das cidades na China há muito tempo; já no início do século XX existiam essas manifestações. Mas, a partir de 1966, eles começaram a aparecer como uma dissidência à esquerda do Partido Comunista da China, a luta contra os “revisionistas”.

Era o início da chamada Revolução Cultural. Foi nesse momento que a palavra Tazibao circulou no Ocidente. Ninguém sabia de fato o que se passava na China. Para nós, jovens ocidentais de classe média esclarecida, parecia uma grande transformação, a obrigação do intelectual se vincular ao trabalho efetivo, por essa razão apareceram as diversas organizações maoístas dissidentes dos soviéticos e, mesmo, dos trotskistas. Tazibao era a eloquente gráfica da Revolução Cultural.

Antonio vai pegar a palavra Tazibao para título de seus trabalhos sobre o escândalo do Watergate. Acredito que todos saibam do que se trata: culminou com a renúncia do presidente Nixon para evitar o impeachment durante sua campanha para a reeleição. O escândalo do Watergate culminou no sábado, 17 de junho de 1972, com a prisão pelo FBI de cinco pessoas. O papel da imprensa livre numa democracia foi um dos atestados determinantes nesse evento. Dois repórteres do Washington Post investigaram a invasão dos republicanos nos quartéis-generais dos democratas roubando informações, e posteriormente diversos jornais nos Estados Unidos e no mundo estamparam nas primeiras páginas o escândalo. Tazibao era o jornal por excelência da imprensa para a esquerda radical; se era livre ou não, pouco importava, o importante era depor os “revisionistas”, aqueles que divergiam do pensamento do camarada Mao. Para Antonio Dias era o Watergate.

O artista realiza um trabalho duplamente inteligente e radical. Vamos ver por quê. Em primeiro lugar se aproveita do ready made à moda pop como nunca havia feito antes: transpõe as primeiras páginas de dois jornais – do New York Times e do Corriere della Sera – tal como apareciam durante uma semana de novembro de 1972. Até aí nenhuma novidade. Andy Warhol havia feito isso dez anos antes com a irmã da rainha, a princesa Margareth, em A boy for Meg, 1962. Na primeira série de Tazibao, são aquelas pequenas cirurgias, intervém sobre a página, numa série que delimita com vermelho as áreas da notícia em cada jornal, aquela exibida e publicada em 1978. Já vai aí uma inteligência. Aqui não, na que temos agora, no mesmo ano, 1972, nessa série inédita vai mais longe plasticamente. Avança sobre a arte conceitual e banha todas as páginas em vermelho e, mais, as desdobra, tudo vermelho. Destaca as áreas das notícias, as recorta sobre tecido pintado de vermelho na exata equivalência e as pendura sob cada página de cada New York Times e Corriere della Sera. Esse balanço das áreas vermelhas superiores e dos pequenos recortes inferiores não é gratuito, ele vigora sobre a relação política da importância de uma notícia e a primeira página do jornal. Isso, na época das mídias sociais parece muito velho, mas ainda não é; todo dia estamos marcados pelos nossos Tazibao eletrônicos que nos imprimem com suas urgências. O Tazibao de Antonio Dias, em papel, é atualíssimo.

Seu marido vai tremer para mostrar que nem tudo é vermelho e jornal mural, há espaço para o humor e ironia, como sempre na arte desse artista maior.

 

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2018.

Post Scriptum: Antonio Dias morreu em 1º de agosto passado, quando esse texto já estava pronto. A arte contemporânea ficou mais pobre e eu perdi um dos meus melhores amigos.

Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2018.

 


[1] Antonio Dias adota uma das muitas transcrições existentes, na época, dos ideogramas chineses para o alfabeto latino: Ta Tze Bao. Aqui estou usando a transcrição normatizada para língua inglesa nos dias atuais.

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ANTONIO DIAS: TAZIBAO Y OTRAS OBRAS

Galeria Nara Roesler, Avenida Europa 655, Jardim Europa, São Paulo

Hasta el 3 de noviembre de 2018

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Imagen destacada: Ta Tze Bao, 1972. Vista de la exposición Tazibao e outras obras [Tazibao y otras obras], de Antonio Dias, en la galería Nara Roesler, São Paulo, 2018. Foto: Everton Ballardin. Cortesía del artista y Galeria Nara Roesler

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