JULIANA CERQUEIRA LEITE: HOTEL MARAJOARA

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A lo largo de su carrera, Juliana Cerqueira Leite (Brasil, 1981) ha desarrollado investigaciones sobre el cuerpo y la historia de su representación. En Hotel Marajoara, su actual exposición en Casa Triângulo, la artista propone una reflexión, a partir de la memoria familiar, sobre cómo se construyen las definiciones de lo que consideramos o no cultura.

Durante los años ochenta, en Pará, el tío de Juliana produjo objetos de cerámica para venderlos en São Paulo. Estos objetos, conocidos popularmente como marajoara, ahora se encuentran en tiendas “típicamente brasileñas” en todo Brasil y su estética es valorada como decorativa. Cuestionando el origen de estas piezas a través de la investigación en diferentes reservas técnicas arqueológicas, la artista identificó que las cerámicas decorativas del norte de Pará son descendientes formales de urnas funerarias amerindias, producidas en la misma región durante casi cuatro mil años.

En Hotel Marajoara, Juliana Cerqueira Leite presenta una serie de esculturas, réplicas de urnas, dibujos, video y collage digital que propone el diálogo con las urnas producidas por las culturas de los pueblos originarios hasta la pérdida de esta práctica como consecuencia de la colonización. Para estas culturas, el cuerpo es lo que permite la identidad humana del alma. El alma, a su vez, al perder su cuerpo al morir, podría encarnarse en otro animal en un peligroso proceso de transformación. En este proceso, las urnas funcionaron como objetos agentes que fijaron y transformaron el alma del antepasado.

En la exposición se presentan tres réplicas de urnas funerarias amerindias: Maracá, Aristé y Marajoara. Provenientes del proyecto Replicando el Pasado, una colaboración entre el Museo Emílio Goeldi y maestros ceramistas de Icoarací, en Pará, las obras fueron producidas al mismo tiempo que las de la artista. A través del video, nos adentramos en las reservas técnicas de los museos donde hoy se encuentran estas urnas funerarias, siguiendo una narrativa sobre el colapso de las culturas y la pérdida del cuerpo.

La muestra también incluye obras que nos trasladan al espacio interno del cuerpo en descomposición. Estas esculturas, tituladas Cuerpos Blandos, están compuestas por anillos de papel interconectados que forman un tótem celular. Mojada con yeso, esta estructura de papel se deforma, comprimiéndose por la gravedad al tiempo que se endurece, generando una forma que es a la vez un proceso.

Ao longo de sua trajetória, Juliana Cerqueira Leite desenvolveu investigações acerca do corpo humano e a história de sua representação. Nesta mostra, a artista dá continuidade à pesquisa propondo a reflexão, a partir de memórias familiares, sobre como são construídas as definições daquilo que consideramos ou não cultura.

Durante os anos oitenta, o tio de Juliana trazia objetos de cerâmica produzidos no Pará para comercializar em São Paulo. Estes objetos, popularmente conheci-dos como marajoara, são hoje encontrados em lojas “tipicamente brasileiras” por todo o território nacional e sua estética é valorizada como objetos de decoração. Questionando a origem destes itens através de pesquisas em diferentes reser-vas técnicas arqueológicas, a artista identificou que as cerâmicas decorativas do norte do Pará são descendentes formais de urnas funerárias ameríndias, produzi-das na mesma região por quase quatro mil anos.

Em Hotel Marajoara, Juliana Cerqueira Leite apresenta uma série de esculturas, réplicas de urnas, desenhos, vídeo e colagem digital que propõem diálogo com as urnas produzidas pelas culturas dos povos originários até a perda desta prática em consequência da colonização. Para estas culturas, o corpo é o que permite a identidade humana da alma. A alma, por sua vez, perdendo seu corpo na morte, poderia encarnar em outro animal num perigoso processo de transforma-ção. Neste processo, as urnas funcionavam como objetos agentes que fixavam e transformavam a alma do ancestral.

Na exposição, três réplicas de urnas funerárias ameríndias – Maracá, Aristé, e Marajoara – serão apresentadas. Provenientes do projeto Replicando o Passado – uma parceria do Museu Emílio Goeldi e mestres ceramistas de Icoarací, no Pará, as obras foram produzidas ao mesmo tempo que as da artista. Através do vídeo, somos levados para dentro das reservas técnicas dos museus onde se encontram estas urnas funerárias hoje em dia, seguindo uma narrativa sobre o colapso de culturas e a perda do corpo.

A mostra inclui ainda dois Corpos Moles e desenhos, trabalhos que nos levam para o espaço interno do corpo em decomposição. As esculturas são compostas de aros interligados de papel, pendurados na parede, formando um totem celular. Molhada com gesso esta estrutura de papel se deforma, sendo comprimida pela gravidade ao mesmo tempo em que se enrijece, gerando uma forma que é ao mesmo tempo um processo.

JULIANA CERQUEIRA LEITE: HOTEL MARAJOARA

Casa Triângulo, Rua Estados Unidos 1324, São Paulo, Brasil

Hasta el 19 de septiembre de 2020